segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Entre normativistas e sociolinguístas...

A discussão entre os chamados normativistas e os sociolinguístas é acalourada e exerce influência direta na vida de todo mundo que se importa em usar o português da melhor forma possível ou simplesmente decidir qual é a melhor forma possível.Pra começar, vou fazer uma definição extremamente caricaturada e preconceituosa de cada uma das vertentes, a imagem que uma tem da outra, por assim dizer. Enquanto os normativistas são extremamente rigorosos, preconceituosos com quem não fala exatamente como a gramática tradicional recomenda e arcaicos ao ignorarem as mudanças na língua, os sociolinguistas pregam a anarquia, a terra onde tudo pode e por vezes forçam a barra considerando que o falar dos analfabetos é mais complexo e - pasmem - correto do que o das pessoas instruídas. É claro que ninguém pensa exatamente assim, espero eu.A sociolinguistica é uma corrente de pensamento iniciada nos anos 60 (mal sinal, eu sei) e que propõe que língua seja estudada a partir de fatos reais, ou seja, que ela seja estudada "no seio de uma comunidade de fala". A sociolingüista leva em consideração fatores extra-lingüísticos como o grau de instrução, a localização geográfica e outras questões relativas ao contexto do falante. Para um sociolinguista, uma pessoa que fala "Os menino tudo vão" em um ambiente em que esta variação é aceita não está errada. Até porque eles nem acreditam em erro de português.Já os gramáticos normativos acreditam em erro. São eles que geralmente nos dão aula de português na escola e é a eles que recorremos quando consultamos os famosos livros de dicas para escrever e falar bem, isso sem falar na televisão, no rádio e nos jornais. Normativistas por todo lado nos dizendo como falar e, por vezes, nos dizendo que não sabemos falar. Para os gramáticos as regras existem e, portanto, devem ser seguidas ao máximo. Alguns permitem variações entre a língua falada e a escrita, mas variações regionais ou de classe raramente são bem vistas. A Novíssima Gramática Ilustrada de Luiz Antonio Saconni é uma das obras mais caricaturadas desse tipo de pensamento. Saconni se refere às pessoas que falam errado como asnos e quer substituir a grafia de pizza por "píteça". Revoltado com essa obra, Marcos Bagno, lingüista e colunista da Caros Amigos, desceu o sarrafo em Saconni. O professor Sírio Possenti, autor de "Por que (não) ensinar gramática nas escolas" achou o barraco divertido e escaldou Saconni também, que respondeu chamando ele de mal-intencionado e infeliz. Ou seja, a confusão é boa e eu queria trazer todo mundo pra se digladiar aqui na Bienal!Entre

2 comentários:

Unknown disse...

Olá Juliana...
Na última Bienal Marcos Bagno não pode estar presente em uma mesa, pois estaria de férias na data...
Férias na França...
Acredito que ele não estará conosco nunca...
Não importa o motivo...
Ainda mais...
Encontro de Estudantes!!!
Arte!!! Cultura!!! Liberdade!!!
Não, não...
Eu pelo menos consegui falar no seu gabinete...
Lá no reino encantado onde os Mestres e Doutores tem o sol no umbigo...
Grande Abraço
Sheila

Laercio Santos disse...

OLha eu acho bem interesante essa analise da Lingüistica, já que ela valoriza a fala de cada individuo, sendo que existem as variações regionais ou grau de escolaridade distintos. Na verdade o que precisamos é sabermos como adequar o que iremos falar, dizer nois vai a praia é completamente entendido, sendo assim não é erro. A gramatica normativa existe e sabemos que é importante para uma produção Literaria, ou textos cientificos. Mas na comunicação acho que é valido sim, mas devemos saber em que contexto utilizar cada sentença. Ai tentei passar um pouco o que penso. Abraços a todos!!