Desde a semana passada estou penando pra conseguir fechar a programação. Quer dizer, a programação está fechada porque eu PENSAVA que "fechar a programação" era conseguir decidir tudo direitinho - os temas, os participantes, as oficinas - e chegar em um consenso com as outras pessoas que opinam no assunto (ou seja, Luís Parras, coordenador da Bienal, Rafael, diretor de cultura da UNE, os outros coordenadores, o pessoal da lista dos Cucas e vocês, que visitam esse blog).
Ledo engano! Isso tudo que falei no primeiro parágrafo e que estive fazendo até a semana retrasada é apenas a ponta do imenso iceberg que é FECHAR A PROGRAMAÇÃO. Depois que todos os envolvidos diretamente na Bienal estão achando a sua programação linda, é necessário convencer os participantes a participarem. E, o pior, é preciso convencer muita gente a entregar os benditos contatos dos participantes. Eu realmente não entendo porque algumas pessoas precisam ser tão inacessíveis. Que motivo um professor, por exemplo, pode ter para não divulgar o e-mail na plataforma Lattes? Gente, é um professor, não é a Hanna Montana! Eu sei que pode ter uns pentelhos mandando e-mail demais, fazendo pergunta besta, mas nada que justifique ser tão complicado mandar um convite inocente para a Bienal da UNE.
Enfim, a peleja agora é encontrar os participantes, mandar convites, ouvir negativas, perguntar cachês, materiais... Essas coisas.
Uma das mesas que começa dando problema e que talvez caia é justamente a mesa sobre a qual falei no post da semana passada. Eu queria convidar Luis Antonio Sacconi, Marcos Bagno e Sírio Possenti para uma mesa sobre gramática e falar do povo brasileiro. É claro que eu sabia que Sacconi era normativista e os outros dois eram sociolingüistas e que as duas vertentes não se dão muito bem. Mas realmente não esperava que o professor Marcos Bagno se recusasse a vir para a Bienal por causa de Sacconi, nem que se referisse a ele como "um franco-atirador da gramática, além de ser um indivíduo pouco ético e grosseiro, nunca fez pesquisa na vida e é o que existe de mais retrógrado no que diz respeito ao ensino de língua". Me diz, isso é necessário? Falar mal dos outros é meu esporte favorito, mas se me convidassem para uma mesa com algum escritor que eu não gosto eu provavelmente aceitaria. Ou, no mínimo, negaria sem precisar fazer esse parecer negativo não solicitado a pessoa que me convidou. A resposta de Sacconi ao meu convite também não foi das melhores. Ele disse que está muito atarefado elaborando um novo dicionário, falou que gosta muito da Bahia e que virá pra cá em breve, citou lugares de Salvador que não supunha que ele conhecesse (uma professora minha do curso de Letras disse que Sacconi odiava baianos e achava que erros de português eram característicos dos lugares que sofreram influência africana, coisa que já percebi que é mentira), mas se referiu aos outro participantes da mesa da seguinte forma: "se os demais convidados se regessem pela ética, se tivessem caráter, se fossem homens na acepção literal do termo, muito me desvaneceria participar dessa mesa". Ou seja, tanto um quanto outro se recusam a estar na mesma mesa. Sou só eu que acho essa atitude extremamente infantil?
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Um comentário:
kkk. são os "ossos do ofício" de coordenadora de Bienal...
uma indicação para aumentar ainda mais sua apreensão quanto ao assunto dos nomes dos debatedores e afinas: Muniz Sodré da Academia Brasileira de Letras.
Estamos aqui no Rio organizando a Bienal da UEE/RJ tb e já iniciamos os contatos com o proprio. Caso interesse façamos a dobradinha.
bjs e bom trabalho.
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